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Mel antibiótico
Médicos nigerianos curam graves ferimentos, queimaduras e úlceras de pele com mel de abelhas.
Com mel de abelhas - e nada mais -, médicos nigerianos conseguiram curar graves ferimentos, queimaduras e úlceras de pele em 59 pacientes antes submetidos sem qualquer resultado a tratamentos convencionais com antibióticos. Primeiro, os médicos colheram amostras dos ferimentos para cultura em laboratório. Os resultados mostraram que as infecções eram causadas por bactérias comuns - e por isso mesmo resistentes - como a Pseudomona, freqüentemente encontrada em infecções. Em seguida, o mel foi aplicado sobre os tecidos infectados. Uma semana de pois, nenhum microorganismo apareceu nos exames de laboratório. Por ser levemente ácido, extremamente viscoso e ainda absorver água, o mel limpou os ferimentos, diminuiu-lhes o tamanho e protegeu-os de novas infecções. Segundo os médicos nigerianos, o mel ainda tem a propriedade de ser um agente bactericida.

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CHEGOU O OUTONO VAMOS AOS "TARALHÕES"

Todos os anos sem excepção logo que o Verão chegava ao fim e o tempo começava a fazer caretas, nós tal como as formigas começávamos a preparar o Inverno, elas procurando encher o mais rápido possível a sua despensa e nós tentando apanhar as suas rainhas com asas as “agudias”.
Logo que encontrávamos o formigueiro certo vá de pegar na enxada e na picareta e lá íamos nós quais construtores de túneis escavar até onde a força de adolescentes nos permitia chegar para apanhar as tão desejadas formigas de asas, bem acondicionadas em talos de couve ou cabaças aguardavam ai até entrarem em acção.
A caçada começava a ser preparada na noite anterior, era necessário olear com azeite (tirado à sucapa da talha da avó), todas as “costelas” para que no dia seguinte nada falhasse.
A alvorada era bem cedo, por volta das seis da manhã, sempre por imposição do Tiním (Diamantino).
- Às cinco e meia tou aqui à tua porta, quem não estiver pronto fica!
Avisava o comandante da caçada, eu e o Vítor protestávamos.
- Porra às cinco e meia, mas antão vamos aos taralhões ou aos morcegos?
Retorquíamos nós, ele seguro as sua posição de herdeiro dos segredos aprendidos com os mais velhos ironizava.
- Vocês Lisboetas não percebem nada disto, temos de armar as “costelas” antes dos pássaros acordarem senão eles comem e depois querem lá saber das “agudias”.
Aí entornava-se o caldo, se alguém me queria ver zangado era chamar-me Lisboeta, o Tiním entendia que tinha exagerado e lá nos cedia mais meia hora de sono, não sem antes refilar.
- Tou farto de mariquinhas, quem quer taralhões tem de se levantar cedo.
Concluía com voz de quem perdeu uma batalha mas não a guerra.

Seis horas, ainda o Sol não se vislumbrava e já nós estávamos na rua.
– Hoje vamos à ribeira acima pois o meu irmão vai para o ribeiro e ribeira abaixo!
Comunicava o General Tiním, entravamos na primeira horta e era necessário encontrar um “pincho” (local onde seria previsível os pássaros pousarem), uma pequena terraplanagem (rapeiro) era feita com o pé para a costela ficar direita e para retirar a terra molhada da maresia da noite, ficando assim uma zona com terra mais clara.
- Esta tá pronta, tá a andar! Tó tu vais armar uma naquela videira ó pé da nora e tu Vítor na macieira.
E lá ia cada um para seu lado, “rapeiro” feito havia que tirar uma “agudia” e só uma da cabaça e prende-la habilmente no fio de cobre da “costela”, de vez em quando ouvia-se um gemido e um porra ou outra coisa pior saía, o riso e o comentário sarcástico dos outros era imediato.
- Dói não dói, eu tava aqui ao lado e a mim nã me doeu nada.
Já todos sabíamos o que tinha acontecido, as mãos meias entorpecidas pelo frio perdiam a agilidade e mobilidade e lá falhava a operação, a "costela" em vez de pássaros apanhava dedos e mão, e lá ficava a nódoa negra de mais uma “castalhada”, mas nada disso era argumento para parar era necessário andar rápido porque o dia avançava a passos largos e ainda havia muitas "costelas" para armar.
O Sol já ia alto quando voltávamos a casa, mas o tempo para descansar era pouco mais que o tempo de engolir o "desenjum" e voltar a sair para ir “vê-las”. De volta às hortas aí sim começávamos a recolher os frutos de todo o esforço, um atrás do outro os "Taralhões" iam entrando no nosso “arameiro” enchendo-nos de orgulho de sermos mais inteligentes que a passarada.
Quando regressávamos à aldeia ainda do outro lado da Ribeira eramos recebidos pelos mais pequenos que nos bombardeavam com perguntas.
– Quantos apanharam, apanharam algum Gaio? E Piscos e Galegos? Tu apanhas-te algum Melro?. Mesmo antes de lhe respondermos a todas as perguntas arrancavam como Galgos até casa para contarem as novidades, e nós quais guerreiros de volta da guerra imperturbáveis perante a excitação dos mais pequenos escondíamos o nosso entusiasmo e quando as nossas mães e avós orgulhosas nos elogiavam pela passarada que tínhamos apanhado sentiamo-nos uns homenzinhos.

Recordo com muita saudade estes dias da minha adolescência, saudade dos amigos que vejo muito pouco, saudades dos avós que já partiram para a viagem eterna, saudades do verde pinhal que desapareceu, saudades das hortas cheias de legumes, das aldeias borbulhando de gente e os campos de "Taralhões".
Talvez tenhamos contribuído para o seu desaparecimento ou não, considero no entanto que esta era a forma mais justa de os apanhar, ao contrário das armas em que a luta era terrivelmente desigual. Hoje prefiro olha-los a caça-los, os constantes incêndios e a falta de cultivo das hortas levou-os a escolherem outras paragens, no entanto não posso deixar de lembrar e partilhar com todos estes momentos que tenho a certeza muitos da minha geração recordam como eu com saudade. Copiado do Blog Cardigos

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Olha as antigas ruas de mato.

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